Incêndios em Espanha: um desafio crescente e a resposta a partir do espaço

Todos os verões, Espanha enfrenta um dos maiores desafios ambientais: os incêndios florestais. O clima mediterrânico, caracterizado por verões secos e quentes, transforma grande parte do território num cenário propenso à propagação do fogo. Segundo dados do Ministério para a Transição Ecológica, nos últimos anos a superfície afetada por incêndios aumentou devido à combinação de fatores climáticos e socioeconómicos, o que evidencia a urgência de abordar o problema a partir de inúmeras frentes.

Causas dos incêndios florestais em Espanha

Os incêndios não têm uma única causa, mas respondem a uma complexa interação entre elementos naturais e humanos.

• Fatores naturais: as ondas de calor, cada vez mais frequentes devido às alterações climáticas, reduzem drasticamente a humidade no solo e a vegetação, aumentando o risco de ignição. Além disso, a acumulação de biomassa nas florestas age como combustível altamente inflamável.
• Causas humanas: de acordo com o Governo de Espanha, mais de 90% dos incêndios florestais estão relacionados com causas humanas, dos quais cerca de metade têm caráter intencional (MITECO, citado em La Razón, 2025). Acrescem negligências como beatas de cigarro mal apagadas, churrascos ou trabalhos agrícolas. A pressão urbanística em zonas rurais e de interface urbano-florestal também aumenta a vulnerabilidade.
• Abandono rural: o despovoamento de áreas agrícolas e florestais levou a uma menor manutenção dos espaços, resultando em acumulações de vegetação seca que facilitam a propagação do fogo.

Consequências ambientais, sociais e económicas

Os incêndios florestais têm impactos devastadores que vão além da perda de massa florestal.

• Ambientais: a destruição de habitats naturais ameaça a biodiversidade, colocando em risco espécies autóctones. A queima de florestas liberta ainda grandes quantidades de CO₂, agravando as alterações climáticas num círculo vicioso.
• Sociais: as comunidades rurais sofrem diretamente as consequências, desde evacuações a danos em infraestruturas, até à perda de habitações. A segurança das pessoas torna-se a prioridade em situações de emergências.
• Económicas: o custo de extinção, restauro do terreno e perda de recursos naturais geram, todos os anos, um impacto milionário todos os anos na economia espanhola. O turismo, vital em muitas regiões, também é afetado pela degradação paisagística.

Prevenção e gestão: chaves na luta contra o fogo

A experiência tem demonstrado que, para além da mobilização de meios, é imprescindível investir em prevenção, monitorização e gestão do risco. É aqui que a tecnologia espacial desempenha um papel fundamental. Graças à observação da Terra por satélite, é hoje possível antecipar cenários de risco e agir com maior eficácia em todas as fases: prevenção, deteção precoce, acompanhamento e recuperação do terreno.

Eoclima: a aposta da GMV para antecipar o risco climático

A GMV, como referência em soluções tecnológicas, desenvolveu o Eoclima, uma ferramenta inovadora que aproveita a informação proveniente de satélites de Observação da Terra para melhorar a monitorização e previsão de fenómenos climáticos e ambientais.

No contexto dos incêndios florestais, o Eoclima oferece um contributo diferenciador ao possibilitar::

• Avaliação precisa do risco: através de indicadores climáticos e ambientais, permite identificar áreas com maior probabilidade de incêndio antes que o sinistro ocorra.
• Apoio ao restauro: após o fogo, o Eoclima facilita a avaliação do impacto sobre a vegetação e os ecossistemas, contribuindo para a definição de estratégias de recuperação mais eficazes.
• Integração com políticas climáticas: a solução está alinhada com os objetivos europeus de resiliência e adaptação às alterações climáticas, disponibilizando a administrações e entidades uma ferramenta-chave para a elaboração de planos de ação sustentáveis.

Um futuro mais seguro graças à inovação tecnológica

O desafio dos incêndios florestais em Espanha exige uma abordagem integral que combine a consciencialização social, prevenção ativa e uso de tecnologias avançadas. Ferramentas como o Eoclima da GMV afirmam-se como aliados estratégicos, não só para mitigar o impacto imediato dos incêndios, mas também para construir um futuro mais resiliente face às alterações climáticas.

Com o apoio da Observação da Terra e da inovação tecnológica, Espanha pode avançar para uma gestão florestal mais eficiente, reduzindo os riscos e protegendo tanto a população como o seu valioso património natural.

Autor: Carlos Domenech