A ESA confia na GMV e na DFM para impulsionar a próxima geração de relógios óticos.

As infraestruturas terrestres do EGNOS e do Galileo dependem atualmente de tecnologias consolidadas em relógios atómicos, como os Máseres de Hidrogénio Ativo, Césio e Rubídio. Estes relógios garantem o desempenho, a fiabilidade e a precisão do Sistema de Tempo do Galileo (GST). No entanto, tratam-se de tecnologias complexas e não normalizadas, controladas por um número muito reduzido de fornecedores, o que dificulta a sua manutenção e compromete a sustentabilidade a longo prazo da cadeia de fornecimento.
Nos últimos anos, a investigação em relógios atómicos evoluiu de forma significativa, dando origem a novas soluções, como os relógios óticos, que já demonstraram um desempenho superior. Este avanço impulsionou o desenvolvimento de novos produtos nos Estados Unidos e permitiu a realização de ensaios com protótipos na Europa.
Tendo em conta o tempo necessário para desenvolver um produto crítico num mercado tão especializado, bem como as necessidades específicas do GNSS europeu, torna-se essencial avaliar primeiro as tecnologias disponíveis antes de investir numa solução operacional.
Neste contexto, a ESA adjudicou à GMV e ao Instituto Nacional de Metrologia da Dinamarca (DFM) um contrato para o pré-desenvolvimento de um relógio ótico. O objetivo é conceber e construir um protótipo, identificando os componentes-chave e assegurando a cadeia de fornecimento, de modo a minimizar riscos antes de avançar para uma versão comercial.
Este relógio ótico terá por base um laser estabilizado numa transição específica da molécula de acetileno, recorrendo a um sistema de espectroscopia e controlo de retroalimentação. A frequência ótica obtida será depois convertida numa referência padrão em micro-ondas (10 MHz), através de um pente de frequências. Espera-se que a sua estabilidade seja comparável à dos atuais Máseres de Hidrogénio Ativo.