ESA conta com tecnologia GMV para monitorizar a saúde dos astronautas

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Especialistas em medicina espacial da Agência Espacial Europeia (ESA) confiaram à GMV o projeto ALISSE. O seu objetivo é o desenvolvimento de uma tecnologia de inteligência artificial, baseada em aprendizagem profunda, que oriente e assista os astronautas na aquisição de imagens de ultrassom de alta qualidade diagnóstica em diferentes órgãos afetados pelas condições das viagens espaciais tripuladas. Com isto pretende-se facilitar o trabalho dos médicos especialistas que, de forma remota, poderão identificar na Terra as afeções que os astronautas possam sofrer numa etapa precoce e assim tratar para evitar o seu avanço. O sócio clínico do projeto é a Secção de Radiologia de Urgências do Hospital Universitário La Paz, dirigida por Milagros Martí de Gracia.

Por sua parte, investigadores do grupo de Física Nuclear da Universidade Complutense de Madrid (UCM), dirigido por Jose Manuel Udías Moinelo, colaboram na geração de simulações extremamente realistas com as quais se possa melhorar a robustez do sistema num contexto tão desconhecido como o espaço exterior.

Graças à relativa proximidade da ISS, até agora, a equipa médica de terra orientava os astronautas na utilização dos ecógrafos para obter as imagens médicas por videoconferência durante as explorações.  Mas, em missões nas quais a distância com a Terra seja maior, o atraso de receção de imagens e comunicação dificulta uma exploração médica precisa dos astronautas, sendo inviável trabalhar por videoconferência para obter imagens médicas precisas com as quais realizar diagnósticos.

Desafios das missões espaciais tripuladas

A exploração do espaço interplanetário, a nova Estação Internacional Gateway em redor da Lua e as futuras missões tripuladas a Marte apresentam novos desafios, nos quais a saúde dos astronautas tem prioridade absoluta.

Numa hipotética missão a Marte, a tripulação encontrar-se-á a uma distância de entre 54 e 402 milhões de quilómetros, o que torna inviável regressar à Terra para receber tratamento médico de urgência. A telemedicina e a orientação remota não seriam suficientemente efetivas, tanto pela qualidade das imagens a transmitir como pelo atraso do sinal de comunicação por rádio, que iria requer até 20 minutos para chegar a Marte desde a Terra (e o mesmo para receber a resposta). Para solucionar esta situação, a GMV propõe uma solução que permite a pessoal não especializado em radiologia obter imagens de ultrassom clinicamente relevantes dos órgãos, que poderão ser enviadas à Terra para sua análise e interpretação por médicos especialistas.

Para isso, tal como explica Carlos Illana, responsável por produto de Secure e-Solutions da GMV, «no projeto ALISSE investigam-se novas técnicas de inteligência artificial que guiem e assistam os membros da tripulação na aquisição de imagens de qualidade diagnóstica, eliminando a necessidade de consultar médicos especialistas em Terra de forma interativa para a obtenção das referidas imagens. Assim, as possíveis afeções dos tripulantes da nave espacial poderão ser detetadas numa etapa precoce e a sua evolução poderá ser seguida mediante as imagens de ultrassom».

O software que a GMV desenvolve no projeto ALISSE ajudará a realizar os estudos de imagem ecográfica de acordo com os protocolos de cada órgão e a guiar, em tempo real, qualquer membro da tripulação com conhecimentos básicos de anatomia. Por exemplo, no caso de um rim inflamado que pode «crescer» em tamanho por um coágulo, a solução da GMV irá sugerir como colocar a sonda e ajustar os parâmetros no dispositivo de ultrassom para obter uma imagem de melhor qualidade (potência acústica, profundidade, ganho), de modo que tanto os planos de corte adquiridos como os de referência possam ser visualizados ao mesmo tempo e comparados.

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