A formação profissional é determinante na inovação empresarial

Vocational training is crucial for business innovation

Luis Fernando Álvarez-Gascón, Presidente do Fórum de Empresas Inovadoras (FEI) e Director-Geral de Secure e-solutions da GMV moderou a mesa de debate sobre «O papel da Formação Técnica e Profissional na inovação empresarial» que foi co-organizada pela Fundação Ramón Areces e pelo Fórum de Empresas Inovadoras. A competitividade das empresas e as mudanças protagonizadas pela digitalização conferem à inovação um papel cada vez mais determinante no contexto internacional. Cumpre destacar o lugar que a Espanha ocupa em matéria de inovação na média da União Europeia. A percentagem de jovens que cursam Formação Profissional e atenção que até agora têm recebido estes estudos é claramente melhorável. Torna-se necessário, não apenas prestigiar socialmente a Formação Profissional, mas também melhorar a orientação profissional dos nossos jovens. Para isso, basta recordar que o índice de desemprego jovem entre os licenciados universitários ronda os 34% enquanto que na formação profissional é de 7,4%.

Alguns destes temas foram abordados na mesa de debate em que intervieram José Molero, Director da Cátedra Extraordinária CESIN UCM-FEI, Segundo Vallejo Abad, Conselheiro de TALGO, Pablo Santamaría Lacuesta, da Direcção Técnica da Central de Carnes Premium do Grupo Norteños, Berta Sánchez García da Rede VETMAD2B, Alejandro Blanco Urízar, Presidente da Comissão de Desenvolvimento do Talento Digital (AMETIC) e Ernesto Lago, Director de Manutenção do Grupo COSENTINO. O encerramento contou com a participação de Clara Sanz López, Secretária-Geral de Formação Profissional do Ministério da Educação e Formação Profissional.

Na sua intervenção, Luis Fernando Álvarez-Gascón destacou que «a inovação é o elemento-chave para olhar o futuro com confiança. Sem dúvida, deve-se acompanhá-la com políticas que possibilitem o seu impacto na sociedade. A inovação não passa apenas por investir mais em I+D nas instituições e nas empresas. É necessário reorganizar também outros aspectos envolvidos na dinâmica da inovação. Entre eles, o mais esquecido nesta conjunção é o talento e a gestão do conhecimento». Já nos anos 90, «em economias exportadoras como a Alemanha ou o Japão, a FP constituía um dos seus pontos fortes relativamente a outros países. E aqueles que apostam no talento têm melhores indicadores de rendimento da actividade inovadora. De maneira que há razões científicas mais que suficientes para olhar com interesse para este binómio inovação-FP».

Por sua vez, José Molero, Director da Cátedra, reconheceu que embora exista hoje maior valorização da Formação Profissional por parte da sociedade e a nível político, o número de matriculados em Espanha continua a ser metade da média na CE, com 12% contra 33% no resto dos países da CE. Entre os motivos do porquê, encontram-se principalmente razões culturais. Considerava-se tacitamente que a formação geral do ensino secundário era melhor do que a FP. No entanto, estudos mais recentes mostram que isto está a mudar na Espanha. A FP está a adquirir protagonismo, não apenas como formação, mas como elemento contribuinte da inovação que estão a desenvolver as empresas que agora apelam à formação profissional dual.

Das diversas exposições concluiu-se que a Espanha não está a gerir o talento com eficácia suficiente, bastando para isso ver a sua taxa de paragem. Destacaram-se igualmente os desafios importantes num mundo em que 90% das novas profissões necessitam de aptidões digitais, mas apenas 34% dos jovens espanhóis contam com elas. Perante esta realidade, o nosso sistema de educação tem que evoluir inquestionavelmente rumo ao crescimento económico e ao bem-estar da sociedade.

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