A GMV junta-se à celebração da iniciativa mundial Asteroid Day

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No dia 30 de Junho, a GMV e o Museu Nacional de Ciências Naturais (MNCN-CSIC) celebraram o Asteroid Day 2015, uma iniciativa mundial que pretende consciencializar sobre a protecção e conservação da vida no nosso planeta contra a possibilidade de futuros impactos de asteróides. O evento celebra-se a 30 de Junho, coincidindo com o impacto na Terra do maior asteróide da história recente (1908), ocorrido nas estepes siberianas da região de Tunguska e queimando uma área de floresta de 2150 Km2.

A jornada de celebração teve lugar na sala dos meteoritos do Museu Nacional das Ciências Naturais que possui uma das mais importantes colecções de meteoritos na Europa, com peças de incalculável interesse científico e que fornecem importantes informações sobre a origem do Sistema Solar. O investigador do Museu, Javier García Guinea, explicou como o estudo dos meteoritos contribuiu para o desenvolvimento científico, graças às informações que nos dá sobre a composição do núcleo terrestre. A GMV, representada pela sua Directora de Sistemas Espaciais, Mariella Graziano, reviu as passadas e futuras missões espaciais a asteróides assim como a sua contribuição para o conhecimento da ciência planetária, tratando das dificuldades técnicas e do seu objectivo.

Neste sentido, Mariella Graziano sublinhou a importância da missão AIM da Agência Espacial Europeia relativamente ao seu próximo lançamento com destino ao asteróide Dydimos. Trata-se de um asteróide binário cujo corpo principal mede 800 metros e cujo corpo secundário, denominado Dydimoon, mede 170 metros, havendo entre eles uma distância de 1,2 km. A ESA planeia lançar a este asteróide binário uma missão de baixo custo denominada AIM (Asteroid Impact Mission), para determinar detalhadamente a transferência de energia que resulta do choque de uma sonda contra o cometa secundário (que se observa medindo a velocidade do cometa após o choque e fotografando a cratera resultante do choque) e observar também o pó em suspensão antes e depois do choque. O objectivo consiste em explorar e demonstrar tecnologias para futuras missões a asteróides, estudando o que se pode fazer para detê-los antes de uma possível queda e impacto na Terra. O trabalho da GMV é relevante neste ponto, uma vez que lhe cabe a análise da missão, do subsistema GNC (Orientação, Navegação e Controlo) e de uma parte importante da concepção das operações num dos estudos em andamento na Agência Espacial Europeia.

A AIM é parte activa do projecto AIDA (Asteroid Impact and Deflection Assessment) da ESA, da DRL (Alemanha), do Observatoire de la Côte d'Azur (França), NASA e da John Hopkins University Applied Physics Laboratory (JHU/APL), destinado a avaliar o potencial da técnica do projéctil cinético para desviar asteróides próximos. O segundo elemento desta missão é o satélite DART (Double Asteroid Redirection Test) que é americano. O montante previsto para a AIM (missão considerada de baixo custo) é de 200 milhões de euros. O destino da missão AIM será decidido na próxima conferência ministerial em fins de 2016. Se a missão for aprovada, a AIM será lançada em 2020 por um foguetão Soyuz-ST, a partir da Guiana Francesa, rumo ao asteróide Didymos. Chegará 18 meses mais tarde e começará então a análise de Didymoon, quando o sistema binário passar aproximadamente a 11 milhões de quilómetros da Terra (30 vezes a distância da Lua).

A AIM dirigir-se-á a Didymoon e estudá-lo-á utilizando os radares, a câmara de infravermelhos TIRI (Thermal Imager) e a câmara VIS (Visual Imaging System), que criará um mapa com uma resolução de um metro. Ao mesmo tempo, a AIM voará aos mini-satélites para os dedicar à ciência e também ao Lander MASCOT-2 do Centro de Investigação Aeronáutica e Espacial da Alemanha (DRL). Uma das novidades da missão está no facto de que a sonda irá utilizar o sistema de comunicações Optel-D por meio de um laser a fim de enviar à Terra as informações recolhidas, concretamente à estação terrestre OGS (Optical Ground Station) da ESA em Tenerife.

Em Outubro de 2022 a AIM observará o impacto do satélite DART contra o Didymoon, a 6 Km/s. O DART levará uma câmara que captará imagens do asteróide com uma resolução que irá até 20 centímetros antes do impacto. A AIM e o DART trabalharão conjuntamente com o fim de determinarem a transferência de energia que resulta do choque do DART contra o cometa secundário e de observarem o pó em suspensão antes e depois do choque.

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