Em fins de Junho teve lugar a apresentação final do projecto COBRA IRIDES, cuja finalidade foi a definição da experimentação COBRA (COntactless deBRis Action) que previsivelmente voará na missão de demonstração de tecnologias PRISMA.

O conceito COBRA (COntactless deBRis Action), proposto pela GMV, ganhou em 2012 o prémio Sysnova atribuído pelo Programa de Estudos Gerais (General Studies Programme) da Agência Espacial Europeia (ESA).

Este conceito propõe um método para interagir com o lixo espacial sem necessidade de entrar em contacto com ele, recorrendo à utilização dos gases de escape dos motores químicos. Pode ser utilizado para satélites não operativos (lixo espacial) que ocupam órbitas úteis, deslocando-os para órbitas mais desocupadas ou para alterar a sua dinâmica de atitude e facilitar a sua captura. A sua principal utilidade está no âmbito das missões de retirada de lixo espacial, missões essas que estão actualmente a ser objecto de aprofundado estudo por agências espaciais de todo o mundo.

A principal vantagem do conceito proposto está no facto de proporcionar os meios para controlar e reduzir o problema do lixo espacial sem entrar em contacto com os objectos, reduzindo desse modo o risco das operações. Diminuir ou eliminar a rotação descontrolada do lixo espacial antes da sua captura para uma posterior alteração de órbita, pode ajudar a reduzir riscos e a facilitar as missões de eliminação activa de lixo (ADR).

A experimentação proposta centra-se na realização de uma primeira demonstração do conceito, aproveitando duas missões que já se encontram em voo: PRISMA, desenvolvida pela OHB Sweden e Picard, desenvolvida pela CNES. O veículo Mango do PRISMA desempenhará a função de seguimento activo e aproximar-se-á do satélite Picard para realizar primeiramente uma série de órbitas de inspecção em seu redor (experimentação IRIDES, actualmente em curso) para dirigir seguidamente os seus propulsores ao Picard, alterar o seu estado rotacional, medir a alteração e demonstrar assim o conceito COBRA.

A GMV foi encarregada de definir a experimentação sobre as trajectórias, a segurança, o plano operacional e os sistemas requeridos. Nesta última área, os sistemas críticos implementados pela GMV são o software de processamento de imagens, o módulo de navegação relativa requerido para a programação adequada da experimentação e o Experiment Effect Predictor para seleccionar o momento em que se deve executar essa experimentação e maximizar o seu efeito.