Lançamento da Fase B do CARIOQA: a Europa reforça a sua liderança na deteção quântica a partir do espaço

O projeto CARIOQA, a Missão Europeia de Exploração Quântica, entrou oficialmente na Fase B, assinalando um marco significativo para a implantação de sensores quânticos no espaço. As principais instituições europeias de tecnologia quântica, geodesia e ciências espaciais reuniram-se na Agência Espacial Francesa (CNES) para lançar esta nova fase, com um objetivo comum: colocar a acelerometria quântica em órbita.

Após a conclusão bem-sucedida da Fase A – que validou a arquitetura da missão e a viabilidade das tecnologias-chave –, a Fase B do CARIOQA fará avançar o desenho do sistema e preparará tanto a carga útil quântica como as tecnologias da plataforma para a sua qualificação espacial. Nos próximos dois anos, o consórcio trabalhará no sentido de atingir o nível 6 de prontidão tecnológica para todos os componentes críticos, confirmando a sua adequação para integração em futuras missões espaciais.

Uma contribuição estratégica da GMV

Tal como na Fase A, a GMV desempenha um papel central na Fase B do CARIOQA, liderando a Análise de Missão e tirando partido da sua vasta experiência em mecânica orbital e engenharia de sistemas.

A GMV é responsável pela definição da configuração orbital do satélite e pela caracterização das fases da missão, incluindo as necessidades de propulsão, as condições de radiação e iluminação, a visibilidade do segmento terrestre e o calendário de operações. Esta contribuição é essencial para garantir a viabilidade operacional da missão e a integração das tecnologias da carga útil e da plataforma.

A participação da GMV assegura ainda a robustez do cenário de missão, permitindo avaliações precisas que apoiam o trabalho dos restantes parceiros e contribuem decisivamente para o sucesso global da missão CARIOQA. Ao assumir este papel, a GMV reforça a sua liderança em missões espaciais de base quântica e consolida a sua posição como ator estratégico europeu na engenharia de satélites de alto desempenho.

Do solo à órbita: Pioneirismo na deteção quântica

O consórcio CARIOQA — que inclui o CNES, DLR, Thales Alenia Space, Exail, LEONARDO, GMV, GAC, FORTH/PRAXI e diversas instituições de investigação de referência — está a desenvolver a primeira missão europeia de Exploração de Gravimetria Espacial Quântica. O projeto baseia-se na excelência comprovada da Europa no domínio da gravimetria quântica terrestre e aérea, que inclui a instalação bem-sucedida de interferómetros de átomos frios em navios, aeronaves e ambientes de microgravidade, como torres de queda e voos parabólicos.

Entre os resultados científicos já alcançados destaca-se a criação do primeiro Condensado de Bose-Einstein (BEC) no espaço, pela Universidade Leibniz de Hanôver (LUH) e pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Entretanto, a Exail, também integrante do consórcio, é atualmente a única empresa industrial a ter desenvolvido um gravímetro quântico comercial, tecnologia que está agora a ser adaptada ao espaço — um passo decisivo na estratégia europeia para liderar a próxima geração de instrumentação espacial.

Financiado pelo programa Horizonte Europa, o CARIOQA foi concebido para demonstrar as capacidades da deteção quântica em órbita. A missão abrirá caminho ao mapeamento gravitacional baseado no espaço, permitindo uma monitorização mais precisa do ciclo da água, da atividade sísmica e da dinâmica climática da Terra. As missões futuras poderão beneficiar desta tecnologia para melhorar a gestão de recursos naturais e reforçar as capacidades de prevenção de catástrofes.

A longo prazo, o projeto abrirá também novas vias para a física fundamental, incluindo o teste do princípio da equivalência fraca, posicionando a Europa na vanguarda da exploração científica das aplicações quânticas espaciais.