A GMV define o processo de envio tardio de manobras de evasão através do sistema Galileo
Como parte do consórcio liderado pela Astroscale UK, a GMV foi adjudicatária de uma nova atividade no âmbito do programa CREAM (Collision Risk and Automated Mitigation) da ESA. Esta é uma extensão da atividade CREAM#2, para desenvolver um processo de envio alternativo das manobras de evasão (Collision Avoidance Manoeuvre ou CAM), mediante o canal de retorno (Return Link Service ou RLS) do sistema Galileo.
A crescente aglomeração de tráfego espacial nas órbitas terrestres baixas aumentou também o número de manobras necessárias para evitar colisões. Estas manobras representam um aumento de custo em termos de combustível e operação do satélite, o que reduz a sua vida operativa e afeta a sua missão nominal. Por isso, os operadores de satélites esperam o máximo de tempo possível para comandar a manobra de evasão, a fim de aproveitar esse tempo para reavaliar o risco e evitar manobras desnecessárias. Comandar estas manobras requer uma comunicação com o satélite que apenas está disponível algumas vezes ao dia no LEO durante as passagens sobre as estações de terra. Isto representa uma limitação significativa para o operador do satélite, que só pode esperar algumas horas antes do risco de colisão com o objetivo de utilizar as últimas passagens disponíveis. Os novos desenvolvimentos propostos têm como objetivo mitigar esta limitação, proporcionando alternativas de envio das referidas manobras que permitam executá-las muito mais perto do risco, conseguindo assim uma redução líquida do número de manobras de colisão necessárias e, portanto, diminuindo o consumo de combustível e aumentando a vida operativa dos satélites.
A alternativa proposta usa o sinal no espaço (Signal in Space ou SiS) do sistema Galileo e a infraestrutura do seu canal de retorno como sistema de comunicação contínua para transmitir as manobras de evasão aos satélites com recetores de navegação GNSS compatíveis com o Galileo a bordo. Esta solução representa um uso inovador do sistema Galileo (que poderia ser combinado com serviços SST como o EU SST da Comissão Europeia), o que no futuro poder-se-ia traduzir num serviço alternativo único para comandar manobras de evasão disponível em todo o mundo.