A plataforma Big Data de HARMONY assenta bases para futuros projectos de investigação em saúde

A plataforma Big Data de HARMONY, projecto I+D+i da Innovative Medicines Initiative (IMI), desenvolvida pela GMV, foi apresentada na 3ª Assembleia Geral do Hospital La Fé de Valência. A primeira remessa de dados procedente de um dos sócios (o anonimato não permite conhecer o doador) já foi transferida, contendo dados de mais de 1400 pessoas com leucemia mielóide aguda e resultados de análises genéticas feitas em cerca de 100 genes de células dos pacientes afectados, o que permite determinar as mutações causadoras da doença em cada um deles. O objectivo consiste em ir recolhendo progressivamente mais dados anónimos e tratá-los para obter provas. No mínimo, espera-se trabalhar com 100.000 dados de pacientes europeus com neoplastias hematológicas.

Nesta primeira fase do projecto, a GMV concebeu uma base de dados que responde aos requisitos de todos os membros envolvidos (agentes-chave nos campos clínico, académico, de pacientes, agências de avaliação de tecnologias de saúde, agências reguladoras e indústria farmacêutica), assim como a plataforma capaz de realizar a admissão, padronização e tratamento dos dados, bem como os algoritmos para converter os dados anónimos em informações acessíveis aos especialistas e com as quais poderão tomar decisões para aplicar tratamentos personalizados: medicina de precisão baseada em provas.

Privacidade dos dados

Para as diferentes entidades que transferirem os seus dados para a plataforma tecnológica -instituições públicas e grupos cooperativos nacionais e europeus que contribuem com os dos seus doentes, assim como os provenientes dos testes clínicos realizados pela indústria farmacêutica-  é requisito incontornável que se ofereçam todas as garantias no que toca à protecção da privacidade dos seus pacientes.

Tal como assinalou o Dr. Guillermo Sanz, Chefe de Serviços de Hematologia do Hospital Universitário e Politécnico La Fé, de Valência, e co-líder do projecto, juntamente com Jesús María Hernández Rivas, especialista de investigação clínica em hematologia e hemoterapia no Serviço de Hematologia do Hospital Universitário de Salamanca e catedrático nesta instituição, “a entrada em vigor do Regulamento Europeu de Protecção de Dados acrescentou maior complexidade ao projecto, pois foi necessário esforçarmo-nos para conseguir consenso entre os 53 membros implicados, contemplando além da normativa da Comissão, cada uma das transposições dos países-membros participantes”. Com este propósito, acrescentou Hernández Rivas “a GMV, como impulsionadora tecnológica do projecto, facultou todas as ferramentas de cibersegurança e anonimato para garantir a privacidade dos dados ajustando-se ao marco normativo do Regulamento”.


Um Schengen dos dados

Com o projecto Harmony, a maior iniciativa de I+D+i em saúde público-privada para hematologia na Europa, assentaram-se vários precedentes no âmbito da investigação clínica e farmacêutica. Entre eles cumpre destacar o facto de que, pela primeira vez, “estabelecemos uma plataforma conjunta com dados reais e anónimos de pacientes provenientes, até agora, da Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália que padecem de doenças hematológicas malignas”, enfatiza Hernández Rivas. Porque -- convém lembrar -- com as diferentes transposições do Regulamento Europeu de Protecção de Dados (RGPD), “a liberdade de movimentos dos dados não é a mesma que têm as pessoas como resultado do espaço Schengen”. Tudo isso, conforme reconhece o hematólogo, “foi possível graças à concepção de uma base de dados consensual e a uma plataforma tecnológica para admissão e tratamento, que deu garantias a todos os organismos que cedem dados”.

Além disso, conforme recordou John Butler, Vice-Presidente de Inovação Externa e Alianças da Bayer, “A plataforma e, em particular, a GMV, tornaram possível não apenas a captação dos doadores de dados mas também a sua harmonização, análise e extracção de conclusões a partir deles”, sendo para isso necessário “um marco legal e uma base técnica. Essa base técnica é facultada pela GMV. Na GMV temos um parceiro que trabalha na vanguarda das tecnologias da informação aplicadas à saúde”.


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